Uma das frases mais usadas hoje antes de darmos voz a qualquer plano futuro é “quando tudo isso passar”. Não há dúvida de que fomos diretamente impactados por essa Pandemia. Uma crise global já se instalou com a disseminação da Covid-19, afetando os países em diferentes graus, mas os efeitos estão sendo sentidos por todos.
O turismo corresponde a 10% do PIB mundial. E segundo o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), um entre cada 10 empregos. Mas isso não é apenas uma crise econômica. O que estamos observando é uma verdadeira transformação comportamental na forma como vamos viajar.
Mesmo com o relaxamento das normas de isolamento social em alguns lugares, pesquisas internacionais indicam que algumas mudanças vieram para ficar.
“Saúde e segurança estarão no topo das mentes dos viajantes – isso mudará a maneira como as famílias escolhem seus destinos e mudará a maneira como as empresas de viagens operam” – isso é o que antecipa Carolyne Doyon, presidente e diretora executiva do Club Med América do Norte e Caribe, em entrevista ao “The New York Times”.
Ninguém pode afirmar isso, mas a visão otimista é que existem novas possibilidades para o turismo.
Do ponto de vista econômico, é natural que as passagens fiquem mais caras, algumas empresas aéreas saiam do mercado e as rotas diminuam. Por outro lado, já se fala de serviços de jatos de curta distância com um número reduzido de passageiros a partir de terminais privados. Se isso realmente se tornará uma alternativa de transporte viável nesse novo cenário ainda não sabemos. Nesse caso, só nos resta aguardar.
Num primeiro momento, por tempo indeterminado, ainda estaremos sujeitos ao uso obrigatório de máscaras e verificações de temperatura nos check-ins de vôos e acomodações. Com o passar dos meses, é possível que grande parte dos protocolos seja cumprida com a ajuda da tecnologia.
Aplicativos para check-ins e rastreamento de passageiros podem se tornar o novo padrão, assim como mensagens de texto avisando a hora do embarque. Tudo isso para eliminar a necessidade de filas e aglomerações, algo que não sentiremos saudades do mundo pré-pandemia.
Além disso, serão adotadas regras cada vez mais rígidas em aeroportos e novos protocolos em hotéis. A prática de distanciamento social e cuidados redobrados com a higiene deve sim se tornar realidade assim que os bloqueios das fronteiras forem flexibilizados.
Durante o voo, além do uso de máscaras, muitas companhias aéreas já estão adotando medidas como o uso de luvas e toucas pela tripulação. O teste rápido de Covid-19 antes do embarque também pode se tornar uma prática comum no atual cenário.
Para garantir o distanciamento entre os passageiros nos aviões, especialistas já vêm cogitando o redesenho das poltronas no interior das aeronaves.
Alguns projetos propõem inverter a posição do assento do meio e a inclusão de divisórias transparentes entre eles. Mas alterações de formato significativas como essa são apenas suposições sobre um futuro ainda incerto.
Já no setor hoteleiro, as medidas para cumprir com o distanciamento social podem significar a ausência de contato humano. De acordo com o “The New York Times”, o grupo Marriott planeja oferecer serviço de quarto sem contato através de um aplicativo para celular. O Hilton, por sua vez, deve expandir seu programa Digital Key, que permite que os hóspedes façam check-in em seus quartos sem interagir com ninguém.
Muitos hotéis estão implementando rigorosos protocolos de limpeza e exigindo períodos de espera após a desocupação dos quartos. As principais empresas hoteleiras estão experimentando a pulverização eletrostática para desinfetar interiores e a luz ultravioleta para higienizar as chaves das acomodações.
As listagens no Airbnb indicarão em breve se os anfitriões estão praticando novas diretrizes rigorosas de limpeza, incluindo um período de espera mínimo de 24 horas entre as reservas. Uma nova categoria de listagens indicará que nenhum hóspede ocupou um aluguel 72 horas antes da chegada.
Em termos de regras e protocolos, não temos muito controle. Mas a forma como nós vamos escolher viajar, vai depender de cada um de nós.
No próximo post vamos falar das tendências de viagem e como podemos fazer do limão uma limonada no mundo pós-pandemia.
Até breve!
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